Acusados foram condenados a 12 anos de prisão
Thiago Giovanno Demarco Sena, acusado da morte de Wesner Moreira, de 17 anos, após ter uma mangueira introduzida no corpo em fevereiro de 2017, em um lava-jato, em Campo Grande, foi preso nesta terça-feira (2).
Ele estava foragido desde o julgamento, no qual foi condenado a 12 anos pelo crime. Willian Enrique foi preso em fevereiro deste ano. Logo após a condenação, os dois recorreram da decisão em liberdade e depois da expedição do mandado de prisão foram considerados foragidos.
Ainda não há detalhes de como aconteceu a prisão de Thiago. No dia 12 de dezembro, juízes da 2ª Câmara do Tribunal de Justiça negaram a apelação. Com mandado de prisão expedito na semana passada, Willian e Tiago são considerados foragidos pela Polícia Civil.
O advogado de defesa de Willian informou, na época, que a apresentação poderia acontecer a qualquer momento e que não deve passar de amanhã. “Vamos apenas acertar os detalhes da apresentação que deve ocorrer hoje, ou no máximo amanhã”, garante.
Morte de Wesner
O crime aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2017. Na noite do dia 2, Wesner afirmou para a mãe que pegaria carona com Thiago, um dos acusados pelo crime. “Ele falou, mãe me acorda bem cedo que o Thiago vai vir me buscar para ir ao serviço”.
“No outro dia, quando o Thiago estava batendo na porta, senti até uma coisa ruim, mas meu filho foi”, conta Marisilva. Segundo a peça acusatória, na data de 3 de fevereiro de 2017, por volta das 10 horas, no lava-jato, localizado na Avenida Interlagos, na Vila Morumbi, a dupla introduziu uma mangueira de ar no ânus de Wesner, causando-lhe ferimentos e em seguida sua morte.
Wesner teria pedido para Willian que comprasse um refrigerante e o mesmo questionou: “De novo? Agora toda hora Coca-Cola!”, e passou a bater na vítima com um pano utilizado para limpar carros, em tom de brincadeira.
Ainda conforme o processo, Wesner pediu para que ele parasse, mas não foi atendido. Em certo momento se afastou, mas foi imobilizado por Willian que o levou até Thiago, que por sua vez, com a mangueira de compressor de ar, retirou a bermuda e cueca da vítima e introduziu o equipamento em Wesner.
Imediatamente, o adolescente começou a passar mal e vomitou, sendo levado ao Centro Regional de Saúde do bairro Tiradentes e, posteriormente, ao Hospital Santa Casa, onde permaneceu internado até dia 14, quando morreu. O laudo apontou que o óbito foi causado por ruptura do esôfago e choque hipovolêmico por hemorragia torácica aguda maciça.
Quando a mãe ficou sabendo, o filho já estava no hospital. “Estava muito inchado, irreconhecível”, relata. “Fiquei esperando ele melhorar, quando um dia me contou o que aconteceu. Falou que eles sempre faziam esse tipo de brincadeira com ele e, na última vez, um deles laçou ele com pano molhado e o outro colocou a mangueira”, lembra a mãe.