Na tarde desta quarta-feira (27), equipes da Prefeitura de Campo Grande estiveram presentes na Comunidade Homex, situada no Jardim Centro-Oeste, para fiscalização do andamento das obras de saneamento básico. A previsão é de que, em 60 dias, pelo menos 1,5 mil famílias que residem na comunidade tenham acesso ao sistema de esgoto e água tratada. Participaram a prefeita Adriane Lopes, o diretor-adjunto da EMHA (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), Claudio Marques, e o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis Oliveira.
Durante a fiscalização, a prefeita reafirmou o compromisso do Executivo com a comunidade, que conta com cerca de 5 mil moradores. “Essa obra é de grande relevância, pois o saneamento é vida. Diminui a fila nas unidades de saúde e traz qualidade de vida para as pessoas. Os processos de regularização avançam passo a passo. Foi firmado a parceria com a Energisa para implementar a energia elétrica e agora, a partir do dia 18, será iniciado o abastecimento de água. Se não houver intercorrências, entregaremos essa obra em 60 dias, lembrando que à medida que a rede é instalada, ela já começa a funcionar”, disse.
Até o momento, 160 famílias já receberam água em suas residências e a cada dia que passa, o abastecimento se expande nas casas da comunidade. Sentada em uma cadeira de fios, observando os maquinários, Clair Lopes, dona de casa de 50 anos, acompanha diariamente o andamento das obras, ansiosa pela chegada da água regular em sua casa. “Nas próximas semanas, a água chegará em minha casa, e isso é tudo que queríamos. Água limpa, porque a que usamos hoje não é, muitas vezes os canos racham e acabamos utilizando água suja. Isso traz problemas de saúde. Cheguei a furar um poço, mas ele secou”, disse.
Devido à fragilidade do abastecimento de água, Clair conta que durante os 8 anos que mora na comunidade, sempre tomou banho de balde. Com a chegada da água em sua residência, ela espera realizar o sonho de tomar banhos longos sem se preocupar. “Quero ter um chuveiro, é um sonho mesmo para a gente. Assim que a água chegar em casa, será a primeira coisa que farei”, detalhou.
Também presente na obra durante a tarde de hoje, Lucinei Souza, motorista de 32 anos, vê na obra a garantia de saúde para seus filhos de 10 anos e 9 meses, após contraírem H. pylori. “Eu tive H. pylori e estou fazendo tratamento. Água tratada ajuda a prevenir esse tipo de doença. Aqui em casa, temos que ferver a água sempre para dar banho nas crianças, cozinhar e beber, pois crianças são mais frágeis que os adultos. Para mim, a água significa saúde para as crianças. Estou muito feliz com sua chegada”, disse.
Conforme explicou o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis Oliveira, que apresentou os mapas do projeto desde o início dos trabalhos, já foram implementados 3,5 km de rede de esgoto. O prazo para o término da obra, que iniciou em 18 de março, é de 60 dias corridos. “Trazer água para essas 1,5 mil famílias que tinham acesso esporádico à água era essencial. Estamos trazendo saúde e dignidade com essa melhoria. Com a implantação do esgoto, a obra deve ser concluída em 60 dias. Nosso objetivo é finalizar antes do final de maio”, afirmou Themis.
Ao todo, serão aproximadamente nove quilômetros de rede de água e mais de 12 quilômetros de rede de esgoto que atenderão toda a comunidade. O investimento necessário para concretizar essa importante infraestrutura está estimado em cerca de R$ 8 milhões. Essa obra não apenas melhora a qualidade de vida das famílias locais, mas também reforça o compromisso da prefeitura em promover o acesso a serviços básicos essenciais para toda a população.
Para o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (EMHA), Claudio Marques, o principal objetivo é a regularização fundiária, o que requer avanços em melhorias. “Não se trata apenas de regularizar, é necessário trazer melhorias significativas para vida dessas famílias. Há muitos anos eles esperavam por essa ligação de água e é gratificante passar na fiscalização e ver nossos projetos para a comunidade se tornando realidade. Já estamos avançando no processo de regularização da energia, que está em sua fase final, e agora estamos iniciando o processo de regularização do fornecimento de água. Seguimos comprometidos em buscar melhorias constantes para as comunidades que atendemos na EMHA”, afirmou Claudio Marques.
Comunidade Homex
A comunidade Homex abrigava desde 2013 cerca de 1,5 mil famílias em condições irregulares de moradia. Em março do ano passado, a Prefeitura de Campo Grande sancionou o Projeto de Lei nº 10.885/2023 que regulariza a área fundiária da Homex, colocando fim ao drama vivido pelos moradores que aguardavam o desfecho há mais de uma década.
No local, a EMHA já iniciou os trabalhos de georreferenciamento, levantamento topográfico e finalizou a selagem das moradias e a captação da documentação necessária para a abertura dos processos individuais de regularização fundiária. A expectativa é de que todo o processo seja concluído até o final deste ano.