Peritos suspenderam atendimento de quem aguardava na fila; uma mulher desmaiou na confusão
Impedida de acompanhar uma cliente idosa durante perícia na agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) do Horto Florestal, uma advogada que não teve o nome divulgado acabou discutindo com o gerente da unidade e o homem foi levado para a delegacia pela Polícia Militar. Além dele, também foram encaminhados dois vigilantes, a própria advogada e um perito.
Os fatos ocorreram por volta das 8h, desta terça-feira (26), em Campo Grande. Devido à confusão, os peritos se recusaram a atender as pessoas que aguardavam na fila.
Conforme apurado, o gerente e a advogada discutiram porque ela queria entrar na sala com a cliente, o que não é permitido pelo INSS. A mulher chamou a Polícia Militar e todos foram para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.
Servidora do INSS, Mônica Santana Araújo foi até a parte de fora da agência comunicar as mais de 30 pessoas que aguardavam na fila para passar pela perícia que os atendimentos de hoje estavam suspensos e que elas deveriam ligar no número 135, a partir de amanhã, para marcar o reagendamento.
Ainda de acordo com a servidora, devido à prisão do gerente, os 14 peritos que estavam atendendo na agência se recusaram a dar continuidade nos trabalhos. A situação causou tumulto, as pessoas ficaram revoltadas e uma mulher chegou a desmaiar na fila.
Informações revelam que, na verdade, o gerente e a advogada foram conduzidos para a delegacia para prestarem esclarecimentos, uma vez que durante a confusão os dois não entraram em consenso.
O procurador-geral do INSS foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol entender o que havia acontecido e, ao notar a presença dele na delegacia, a advogada disse que acionaria a presidente da Comissão Representativa da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
A advogada queria esperar sua cliente na antessala de onde ocorre a perícia, mas segundo a comunicação do INSS, a entrada de outra pessoa no local, além do segurado, ocorre somente com a autorização do perito.
Após esclarecimentos, o gerente e a advogada foram liberados. Na agência estão viaturas das polícias Federal, Militar e Guarda Municipal.
João Lopes, 29 anos, chegou às 8h20 para passar por perícia e após a confusão falou que ninguém está feliz. “Aqui não é fila da Expogrande e olha o tanto de gente querendo ser atendido”, disse.
Quem também esperava atendimento era Fernanda Brum, de 29 anos. Ela chegou ao local às 8h e tinha agendamento marcado para 9h30. Sem poder ficar muito tempo em pé, a moça lamenta o ocorrido. “Estou com dois dedos quebrados, fiz cirurgia. Eles atenderam quem estava lá dentro já e depois disseram que não iam atender mais quem tava aqui fora porque foram ameaçados”, diz.
Eduardo Pereira, de 31 anos, veio do estado do Paraná para passar por perícia em Campo Grande e não conseguiu ser atendido. “Meu advogado disse que tinha perícia marcada, voltei pra Campo Grande só por causa disso, agora vou gastar dinheiro para voltar e depois quando remarcarem”, esbravejou.
Os atendimentos do período da tarde devem ocorrer normalmente, mas os que estavam previstos para a manhã desta terça-feira serão reagendados.