Ex-chefe da Polícia Civil e deputado estão entre os alvos da operação
Neste domingo (24), a Polícia Federal deflagrou a Operação Murder Inc. e prendeu três suspeitos de serem os mandantes da morte de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro (RJ) assassinada com o motorista Anderson Gomes em 2018.
A investigação avançou após a delação do réu Ronnie Lessa, ex-policial militar que atualmente está preso no Presídio Federal de Campo Grande. Além das prisões, são cumpridos 12 mandados de busca e apreensão.
Conforme o portal Uol, foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do RJ.
Os presos serão transferidos para Brasília (DF). A ação conta com a participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Além dos homicídios, o trio também responde pela tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. Também auxiliam na operação a Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e a Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Essa operação tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.
Caso Marielle
Os assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes completaram seis anos no dia 14 de março. Até o momento, somente os executores do crime haviam sido identificados e presos.
Após o anúncio feito por Lewandowski, o Supremo informou que a delação de Lessa foi homologada após Alexandre de Moraes verificar que as regras da Lei nº 12.850/13 (Lei da Delação) foram cumpridas. Foram avaliados os requisitos de legalidade, adequação dos benefícios e dos resultados da colaboração.
O processo que apura quem foram os mandantes do duplo assassinato foi enviado ao STF há poucos dias. A investigação procura saber quem atuou como mandante das mortes.
Em outro processo sobre a investigação, o policial militar reformado Ronnie Lessa deve ser levado a júri popular. Ele foi o autor dos disparos. Lessa está preso desde 2019, pelo crime, e foi expulso da PM no ano passado.
As especulações sobre uma delação premiada de Ronnie Lessa já vinham aparecendo no noticiário nos últimos meses, mas eram negadas pela PF. Além dele, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigia o carro usado no crime, tem um acordo de delação premiada fechado com os investigadores, cujos detalhes foram divulgados ainda no ano passado.
Em postagem nas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, demonstrou otimismo com as investigações a partir desta nova delação.
“As notícias que acabam de sair com os avanços da investigação sobre o caso da minha irmã e do Anderson, nos dão fé e esperança de que finalmente teremos respostas para esse assassinato político, covarde e brutal. O anúncio do Ministro Lewandowski a partir do diálogo com o Ministro Alexandre de Moraes é uma demonstração ao Brasil de que as instituições de Justiça seguem comprometidas com a resolução do caso”.