Medida visa incluir alimentos regionais e reduzir itens processados para promover alimentação mais saudável
“O campo-grandense toma muito tereré, então, de tanto eles pedirem, nós acrescentamos na cesta básica, já é algo padrão nosso. É claro que a cesta básica do governo, essa que divulgaram com novos produtos, depende de licitações. A nossa é diferente, é para atender uma demanda local e aí vamos adaptando, porém, a erva de tereré é algo cultural nosso, fazemos para agradar o público desde 1966, quando começamos”, afirmou o vendedor de uma empresa de cesta básica, Maicom Luis José da Silva.
Adotada há décadas nos “kits de Campo Grande“, a erva-mate agora está incluída na nova cesta básica. A medida foi regulamentada esta semana pelo Governo Federal, ressaltando que a intenção é promover uma alimentação mais saudável e equilibrada. Assim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que haverá “maior presença de alimentos in natura e regionais, e redução de itens altamente processados”.
Decreto não estipulou quantidade
Segundo a assessoria regional do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o decreto mais recente não estipulou as quantidades e ainda não há informações sobre o fato da erva-mate ser, especificamente, de tereré e chimarrão.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome disse que o intuito é evitar a ingestão de alimentos ultraprocessados, que, conforme apontam evidências científicas, aumentam a prevalência de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, hipertensão e diversos tipos de câncer.
Ao todo, são dez grupos diferentes, os quais incluem cereais, legumes, frutas, verduras, feijões, raízes e tubérculos, verduras, castanhas e nozes, carnes e ovos, leites e queijos, açúcares, sal, óleo e gorduras, além de café, chá, mate e especiarias.
Combate à obesidade
Durante divulgação, Lula falou que o problema da obesidade é também a falta de educação alimentar. Assim, a dieta é acrescida de muitas frutas, castanhas e nozes, legumes, entre outros itens.
Além disso, o projeto envolve a Cozinha Solidária, com orçamento de R$ 30 milhões em recursos para oferta de refeições, que serão destinados às entidades gestoras destes equipamentos, por meio de editais de chamada pública. O projeto foi criado em julho de 2023, por meio da Lei 14.628/2023.