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Milhões em pó: 355 quilos de cocaína “caem” em rodovias de MS em apenas uma tarde

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Preço do “produto” varia conforme a qualidade e riscos envolvidos na logística

 

O tráfico de drogas se vale de diversos modais em Mato Grosso do Sul, por terra, ar e água, mas o volume de apreensões nas rodovias, em apenas uma tarde, é espantoso: 355 quilos de cocaína. No mercado de revenda, a meia tonelada da droga vale milhões.

O preço do “produto” varia conforme a qualidade e riscos envolvidos na operação. Mas, em Campo Grande, a estimativa é que o quilo custe R$ 25 mil. Se chegar a São Paulo, dobra para R$ 50 mil. Se avançar para o Nordeste, o preço aumenta. Caso chegue à Europa, a grama passa valer 48 euros (R$ 259). Neste cálculo, o quilo se aproxima de R$ 260 mil.

Na tarde de sexta-feira (dia 23), foram dois grandes flagrantes da PF (Polícia Federal). A carga de 200 quilos foi apreendida na MS-276, em Deodápolis, a 265 km de Campo Grande.

Os policiais abordaram caminhão que trafegava em baixa velocidade, com pisca alerta ligado. Uma abertura no tanque de combustível denunciou a existência da droga. A carga seguia viagem de Campo Grande para Maringá (Paraná).

Na mesma tarde, outros 155 quilos da droga foram apreendidos em Brasilândia, a 366 km da Capital. Primeiro, os policiais federais abordaram duas caminhonetes: uma na MS-395 e a outra numa estrada vicinal.

 

 

Apesar de os motoristas alegarem desconhecimento um do outro, comprovou-se que eram parentes e viajavam juntos. Ambos alegaram terem feito a viagem para comprar um caminhão em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, mas não tinham informações sobre a negociação.

A cocaína estava escondida no estepe e no fundo falso da carroceria de uma das caminhonetes. A droga tinha embalagem verde, que trazia etiquetas com um “P” e a palavra “Presidente”. O destino era o interior de São Paulo. Os casos são investigados nas delegacias de Dourados e de Três Lagoas.

De acordo com a Polícia Federal, dos três homens presos nos dois flagrantes, apenas um já tinha sido preso pelo crime de tráfico de drogas. A reportagem questionou se a droga é de facção criminosa. Conforme a PF, as investigações para determinar o dono do entorpecente ainda estão em andamento.

Apesar da enorme quantidade de cocaína apreendida em apenas uma tarde, o ano de 2024 está abaixo no comparativo com 2023. No ano passado, foram apreendidas 3,5 toneladas de cocaína entre janeiro e fevereiro. Em 2024, o total foi de 1,2 tonelada até 27 de fevereiro. Os dados são da Polícia Federal.

 

 

Recorde em 2023 – No ano passado, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) registrou aumento de 50% nas apreensões de cocaína em relação 2022. O total flagrado nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul foi de 15,4 toneladas, um recorde histórico. No ano de 2022, as apreensões totalizaram 10,7 toneladas.

“Isso demonstra a grande relevância do modal rodoviário nas ações ilícitas praticadas pelas organizações criminosas e a importância do combate realizado pela PRF e pelas demais polícias para a garantia da segurança pública, principalmente nas regiões de fronteira e divisas”, aponta a Polícia Rodoviária Federal.

Em 2023, no período de primeiro de janeiro a 25 de fevereiro, a PRF apreendeu 1,9 tonelada de cocaína. Neste ano, o total foi de 1,1 tonelada.

Avaliada em R$ 25 milhões, droga seguia de Corumbá para Minas Gerais. (Foto: Divulgação/PF)

Na tarde de ontem (dia 26), a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 201 quilos de pasta base cocaína, em Terenos, a 31 km de Campo Grande. A pasta base é uma versão do entorpecente com mais misturas.

A droga, que estava em compartimento oculto de cabine de caminhão, foi avaliada em R$ 25 milhões. O carregamento seguia de Corumbá para Minas Gerais.

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