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Em Campo Grande, Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres é marcado pela Caminhada do Laço Branco

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Nesta quarta-feira, 6 de dezembro, data em que é celebrado o Dia Nacional da Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Caminhada do Laço Branco reuniu representantes do poder público e da sociedade civil num ato que visa sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher. Promovido pela Prefeitura de Campo Grande, através da Subsecretaria Municipal de Políticas para a Mulher (Semu), o evento faz parte da campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.

“Ano após ano estamos nos posicionando e o posicionamento de cada segmento aqui representado é fundamental para o fim da violência contra as mulheres na nossa cidade. Nós estamos encerrando 21 dias de ativismo, mas não vamos baixar a guarda e seguiremos trabalhando, diariamente, para fortalecer as políticas públicas voltadas para esta causa que já acontecem nas sete regiões e nos dois distritos da Capital e são referência nacional”, destacou a prefeita Adriane Lopes.

Partindo do Paço Municipal e seguindo até a Praça do Rádio, homens e mulheres marcharam pela principal avenida da Capital com o objetivo de chamar atenção da população como todo, sobretudo dos homens pelo fim da violência contra a mulher.

“Nosso objetivo é prevenir, punir erradicar a violência contra as mulheres. Nesse contexto, é extremamente importante oportunizar a manifestação aos homens que repudiam a violência, que respeitam as mulheres e eles se somem conosco para juntos dizermos não à violência contra as mulheres”, detalhou a subsecretária municipal de Políticas para a Mulher Carla Stephanini.

Para o advogado Marcos Martinez (41), exemplo e respeito são as principais armas dos homens e da sociedade como um todo no combate à violência contra as mulheres.  “São as maiores e mais importantes contribuições que nós podemos dar nesse sentido. O respeito, independentemente do local, seja na rua, no ambiente de trabalho ou em casa. E o exemplo, que arrasta. Dando exemplo, sendo exemplo, formaremos uma geração de homens com valores, voltada ao respeito e à proteção”, ressaltou.

O arquiteto Douglas Torres (26) acredita que o apoio à causa é essencial no fortalecimento de dispositivos de proteção às mulheres. “É muito importante falar sobre o assunto, trazer os homens para o debate, pois todos precisam saber como lidar diante do conhecimento de casos de violência contra mulheres. Não precisa necessariamente esperar ter um caso na família, ou com uma amiga. Mesmo que seja uma vizinha de apartamento, de condomínio ou uma colega de trabalho, é importante criar essa consciência e desconstruir pontos que reforçam a omissão e deixar claro que, em briga de marido e mulher, mete-se a colher, sim”.

Durante a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, que teve início no dia 21 de novembro, foram realizadas diversas atividades como palestras socioeducativas, divulgação em rádios e na área rural, panfletagem e agora encerra a programação com a caminhada.

Todas as iniciativas tiveram o apoio e parceria da Rede de Atenção à Mulher do Município como o Conselhos e Secretarias Municipal e Estadual, Delegacias Especializadas, Centros de Referência de Assistência Social, Poder Judiciário e Sociedade Civil.

Campanha do Laço Branco

No Brasil, esse dia é estabelecido pela Lei nº 11.489, de 20 de junho de 2007, que institui o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Em Campo Grande, a data é instituída pela Lei nº 6.136/18.

A origem histórica dessa data remonta 6 de dezembro de 1989, quando um rapaz de 25 anos (Marc Lepine) invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreal, Canadá, onde ordenou que os homens se retirassem da sala e, gritando para as estudantes que permaneceram: “vocês são todas feministas!”, ele começou a atirar, assassinando a queima roupa, 14 mulheres. Em seguida, Lepine suicidou-se. O rapaz deixou uma carta, na qual afirmava que havia feito aquilo, porque não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.

Diante disso, um grupo de homens canadenses decidiu se organizar para afirmar que, embora alguns homens cometam violência contra mulheres, outros repudiam essa atitude. Escolheram o laço branco como símbolo e adotaram o lema de nunca cometer atos violentos contra mulheres e não ignorar tal violência.

Assim, deram início à primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens contra a violência às mulheres. No primeiro ano, aproximadamente 100 mil laços foram distribuídos entre homens canadenses, principalmente entre 25 de novembro e 6 de dezembro, durante uma semana repleta de ações e manifestações públicas em prol dos direitos das mulheres e do fim da violência. O dia 25 de novembro foi designado pela ONU como o Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a Mulher.

Colaborando com vários órgãos da ONU, especialmente o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), e em parceria com organizações femininas, a Campanha do Laço Branco agora se estende por todos os continentes e está presente em mais de 55 países. A ONU a reconhece como a maior iniciativa global envolvendo homens na temática da violência contra a mulher, conforme informações do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

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