Repórter canadense, a mulher dele e outro profissional faziam matéria em área ocupada por indígenas
Um jornalista canadense, a mulher dele, brasileira, e outro profissional de imprensa que os acompanhavam, foram agredidos nesta quarta-feira (22) por seguranças de uma fazenda localizada no município de Iguatemi, na região sul de Mato Grosso do Sul.
Em vídeo divulgado na rede social pelo jornalista Leandro Barbosa, o repórter canadense, a esposa e o outro brasileiro contam detalhes das agressões, praticadas por pelo menos 30 homens em caminhonetes (veja os depoimentos no vídeo acima).
As agressões teriam ocorrido em fazenda ocupada recentemente por indígenas Guarani-Kaiowá. No vídeo, os jornalistas contam que conseguiram escapar dos jagunços, mas tiveram câmera, outros equipamentos e até passaporte confiscados pelos homens armados.
“Estávamos indo para outra retomada, depois de ouvir que algumas pessoas foram sequestradas e machucadas e que levaram tiros. Estávamos documentando a luta por terra dos Guarani. Nos identificamos claramente como jornalistas, explicando a razão pela qual estávamos lá. Umas 30 pessoas vieram até nós com caminhonetes e armas”, afirmou o canadense.
Após deixarem a área, os três conseguiram chegar até Amambai e foram resgatados por equipes de órgãos federais que estão na região acompanhando a Aty Guasu (grande assembleia) do povo Guarani-Kaiowá que acontece em Caarapó.
Uma família indígena, formada pelo homem, a esposa grávida e dois filhos pequenos, teria sido sequestrada pelos jagunços, o que motivou a ida do jornalista canadense ao local. Eles teriam sido soltos logo em seguida.
Representantes de órgãos federais que vieram de Brasília para acompanhar a Aty Guasu acionaram a Polícia Federal. A Superintendência da PF informou que policiais de Naviraí fizeram diligências nas localidades próximas à aldeia e que uma “Notícia de Crime” foi instaurada.
Sobre a afirmação das vítimas de que as agressões teriam ocorrido na presença de policiais militares e policiais do DOF, o diretor do Departamento de Operações de Fronteira, coronel Everson Rozeni, informou que a equipe abordou o carro com os jornalistas, mas negou que estivessem presentes quando teriam sido agredidos.
“Nossa equipe não presenciou o fato, abordaram eles não estrada. Havendo comunicação formal , irei instaurar procedimento investigatório”, afirmou o diretor.