Vídeo mostra agressão ocorrida no Jardim Seminário, durante a noite de sexta (20)
A mulher sai com criança no colo, acuada a uma cerca. Em seguida, é atacada pelo companheiro, jogada ao chão com o filho, que chora desesperadamente. Imagens e áudios impressionam e representam recorte do cotidiano de muitas vítimas de violência, neste caso, flagrado na Rua Marechal Câmara, no Jardim Seminário.
O flagrante aconteceu na noite de sexta (20), por volta da 21h50. As imagens foram enviadas por uma pessoa que presenciou o ataque por meio das câmeras de segurança e se indignou. “Ele é um vagabundo”, disse a mulher que preferiu não se identificar.
Nas imagens, é possível verificar o momento em que o Volkswagen Gol vermelho é estacionado no acostamento. A mulher desce, com criança no colo, que está envolta em uma manta. Em seguida, o homem sai do carro e parte para agressão. Ela ainda tenta se defender, estendendo o braço, mas é derrubada com a criança no chão.
É possível escutar que a criança chora muito alto. “Papai, papai”, grita, em súplica. Logo em seguida, um outro carro para logo atrás e um casal desce. O agressor aparenta disfarçar, dizendo que a mulher está brava. “Levanta, amor”. A testemunha acompanha e, em certo momento diz que a vítima parece estar desmaiada e nem tem condições de levantar. Em seguida, esta pessoa pega o celular e parece ligar para alguém.
Minutos depois, a vítima continua sentada ao meio-fio e começa a pedir que chamem a polícia, enquanto o agressor responde: “Você ficou louca, amor”. Por volta das 22h, uma viatura da Polícia Militar chega ao local e a equipe aborda o autor e a vítima. Ela, chorando, repete: “mais uma vez você fez isso comigo cara, mais uma vez você me bateu”.
Segundo informações repassadas, a vítima foi levada com a criança pelas pessoas que chamaram a polícia e cuidaram dela durante a abordagem policial. Na manhã deste sábado (21), um homem, que seria o mesmo das imagens, foi visto retirando o carro.
Em dados – Somente este ano, Mato Grosso do Sul registrou 22 casos de feminicídio. Em declaração feita durante o Agosto Lilás, mês de enfrentamento à violência contra a mulher, a titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Elaine Benicasa, explica que há uma oscilação nos feminicídios desde 2015, quando a Casa da Mulher Brasileira foi inaugurada em Campo Grande.
“Cada vez mais as mulheres estão procurando a delegacia para denunciar, o que fez crescer os registros de violência contra a mulher, ao passo que os feminicídios tem diminuído, os boletins de agressões físicas e psicológicas tem aumentado”, destaca.