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Bancário diz que quadrilha queria dinheiro de mortos

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Homem de 47 anos foi acusado por um dos envolvidos de ter participação no esquema para ganhar R$ 50 mil

O bancário de 47 anos, mantido em cárcere junto com a namorada de 42 anos, na segunda-feira (9), alegou em depoimento que os criminosos usariam seu cartão funcional para sacar dinheiro de pessoas que já estavam mortas e que a quadrilha tinha esquema com funcionários do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). O caso aconteceu no Bairro Monte Castelo e três suspeitos foram presos pela extorsão mediante sequestro.

À polícia, o homem contou que trabalha no banco há 12 anos e que no dia do sequestro, recebeu uma ligação da namorada por volta das 8h50 dizendo que sua gata de estimação havia sido atropelada. Ele afirma que percebeu que a mulher estava bastante nervosa então decidiu avisar seu gerente que chegaria atrasado e foi até a residência no Bairro Monte Castelo.

Ao entrar na sala da casa, segundo o depoimento do bancário, um dos criminosos estava atrás da porta e o rendeu. “Disse para que eu ficasse calmo e exigiu meu cartão funcional de acesso ao sistema do banco”, disse. Ele conta que ficou assustado porque o objeto só serve para uso nos terminais do banco em que trabalha e por isso ficava na agência localizada na Avenida Júlio de Castilho.

Ele alegou ainda que reconheceu um dos autores, no caso Caio Fábio Santos Felipe, 30 anos, o “El Tanque”, porque ele havia estado na agência onde a vítima trabalhava meses antes para abrir uma conta. De acordo com o bancário, o homem afirmou que “esse seria o trabalho dele” e que o alvo do esquema seria ele ou um outro funcionário de uma agência na Rua 13 de Maio.

No local também estava Moisés dos Santos Parra Barreto Lima, 20 anos. Ambos os criminosos estariam armados, conforme o bancário, e exigiram que ele fosse até a agência buscar seu cartão funcional. A vítima relata que saiu do local em seu carro junto com Caio e foram até o banco.

O criminoso teria ficado do lado de fora da agência e o bancário entrou e foi até sua mesa, onde pegou o cartão e ao retornar para a porta de saída avisou o gerente que estava sendo sequestrado, mas não poderia dar mais informações porque o autor estava esperando por ele.

A vítima e o criminoso deixaram o local e no caminho, Caio teria contado que o cartão seria enviado para os integrantes da quadrilha na Paraíba e que usariam o objeto para sacar dinheiro de pessoas mortas, pois tinham esquema com funcionários do INSS.

Os dois então retornaram para a casa no Monte Castelo e o bancário foi deixado no local junto com a namorada e Moisés. A dupla teria dito às vítimas que manteriam elas presas até às 17h para que pudessem usar o cartão, no entanto, alguns minutos depois, a equipe do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) chegou e efetuou a prisão do suspeito e liberou o casal.

Caio (camisa cinza) e Moisés (camisa azul) presos em flagrante pelo Garras ( Foto: Divulgação | PCMS)

Sequestro – O caso foi descoberto na segunda-feira (9), quando equipe do Garras recebeu a ligação do setor de segurança do banco informando que por volta das 9h um funcionário teria ido até a agência localizada na Avenida Júlio de Castilhos, pegar seu cartão de trabalho, usado para validar transações bancárias. Ao sair, avisou que estava sendo sequestrado.

Os policiais deram início às buscas e foram informados pela mãe do homem que ele poderia estar na casa da namorada, no Bairro Monte Castelo. A equipe foi até o local e ao tocar a campainha foi recebida pelo bancário. O suspeito estava atrás e foi abordado. Logo depois, a mulher saiu chorando de dentro da casa dizendo que havia sido sequestrada.

Ela contou que foi rendida por Moisés e Caio ainda no início da manhã. Em seguida, foi obrigada a ligar para o namorado, que foi até o local minutos depois e acabou abordado pela dupla de criminosos. O homem então foi obrigado a ir até a agência bancária pegar seu cartão funcional e depois levado de volta para a casa da namorada, onde o casal ficou refém do rapaz enquanto o mais velho deixou o local com outro suspeito.

Moisés, que estava na residência quando a polícia chegou, tentou fugir, mas foi preso em flagrante pela equipe do Garras. Com ele foi encontrado um simulacro de arma. Em seguida, a equipe fez novas buscas até encontrar Caio, conhecido como “El Tanque”, em uma casa no Bairro Santa Mônica.

Já na quarta-feira (11), equipe do Garras prendeu Jhonatan Kelvin da Cunha de Souza, 29 anos, o JS PCC, em uma casa na Rua Zulmira Borba, no Bairro Nova Lima, em Campo Grande. À polícia, ele contou que o bancário estaria envolvido no esquema e receberia R$ 50 mil para instalar um dispositivo em seu computador que permitiria transferências de valores do banco.

Em declaração contraditória, ele ainda afirmou que o funcionário do banco teria se negado a entregar o cartão capaz de autorizar transações. Portanto, acabou sendo alvo da extorsão mediante sequestro. Porém, noutro trecho, disse que o pagamento de R$ 50 mil seria em duas parcelas. Contudo, o “pacote” incluiria a entrega do cartão do funcionário.

Os três envolvidos foram presos por extorsão mediante sequestro e tiveram o flagrante convertido em preventiva na audiência de custódia. O caso segue em investigação.

Reprodução do depoimento de Jhonatan Kelvin da Cunha de Souza.

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