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Dia do Chamamé: relembre a trajetória dos músicos que popularizaram o estilo musical em MS

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No Dia do Chamamé, relembre alguns nomes que marcaram o cenário musical de Mato Grosso do Sul

 

Em 2021, o chamamé foi decretado bem imaterial de Mato Grosso do Sul, o que reforçou sua importância na cultura e construção da identidade sul-mato-grossense. Menos de um ano depois, para homenagear este estilo de música originária Guarani que se popularizou por aqui, Campo Grande recebeu, em 2022, o título da Capital Nacional do Chamamé.

E hoje, para celebrarmos o Dia do Chamamé, nada melhor do que relembrarmos os principais nomes que difundiram esse estilo de música em nosso Estado.

Chamamé

Não existe um registro etimológico que prove a origem do chamamé. Alguns historiadores pontuam que esse estilo musical se originou na região de fronteira entre o Brasil e a Argentina, mais precisamente na província de Corrientes. Já outros, defendem que a origem seja paraguaia.

Já sobre o nome, os etimólogos concluíram que a palavra vem do guarani e significa improvisação. Este estilo musical é tocado, tradicionalmente, com violões e bandoneon e é acompanhado por danças.

De qualquer forma, além de Mato Grosso do Sul, outros estados, principalmente do sul do país, também tem o chamamé enraizado em sua cultura. Paraná e Rio Grande do Sul são exemplos disso.

 

Nomes importantes no chamamé sul-mato-grossense:

 

Délio e Delinha

José Pompeu e Delanira Gonçalves Pompeu nasceram em Maracajú. Primos e posteriormente, um casal, a dupla iniciou na música profissionalmente na década de 50. Eles começaram com apresentações em festas e programas de auditório e rapidamente foram conquistando uma popularidade merecida.

O primeiro disco da dupla foi gravado em 1959, quando o casal se mudou para São Paulo, onde assinaram com uma gravadora pela primeira vez. Depois deste primeiro trabalho, as gravações continuaram e o sucesso foi inevitável.

Apesar da fama avassaladora em São Paulo, Délio e Delinha sentiam falta da terra natal e decidiram voltar para o estado na década de 60. Após 25 anos de casamento, eles decidiram se divorciar. Mas, apesar disso, não houve rompimento da dupla artisticamente e juntos gravaram 14 discos, 78 rpm, 19 LPs e 4 CDs.

Délio faleceu aos 84 anos, em 8 de fevereiro de 2010, Em Campo Grande, vítima de um câncer de pulmão. Já Delinha continuou cantando até o seu falecimento, em 16 de Junho de 2022, também em Campo Grande, em decorrência de uma insuficiência respiratória.

Capas de discos de Délio e Delinha. (Divulgação/Recanto Caipira)

Zé Corrêa

Conhecido como o Rei do Chamamé, Zé Corrêa nasceu em 28 de outubro de 1945, na Fazenda Torquato, na região que abrange Nioaque e Maracaju. Filho de gaúchos que migraram para o estado nas primeiras décadas do século XX, Zé começou na música aos 8 anos, quando aprendeu a tocar o acordeon de 80 baixos do seu irmão mais velho.

Durante sua adolescência, o músico formou um trio com dois amigos campo-grandenses e juntos, se apresentavam em eventos e até nas rádios.

Em 1967, Zé gravou seu primeiro disco em parceria com Délio e Delinho, com o título “Gosto Tanto de Você”. O sucesso foi tão grande, que logo ele recebeu a oportunidade de gravar seu primeiro disco solo, o “Acordeonista Orgulho de Mato Grosso”.

Durante toda a sua carreira, Zé Corrêa gravou 16 discos, influenciou diversas gerações de músicos e consolidou o chamamé na cultura do estado.

O músico faleceu em 9 de Abril de 1974, aos 29 anos, em Campo Grande.

Zé Correa (reprodução)

Beth e Betinha

A primeira dupla musical feminina de Mato Grosso do Sul é formada pelas irmãs Josabeth e Eleonor, mais conhecidas com Beth e Betinha.

As duas cresceram com grandes influências musicais graças ao pai, que era maestro e ensinava os filhos a cantar e tocar.

Ainda muito novas, as duas já cantavam em guarani nas rádios no Paraguai, o que rendeu o apelido de princesinhas da fronteira. Em 1955, as irmãs já se apresentavam em praças, salões paroquiais e cinemas. Mas foi em 1959, que veio a gravação do primeiro compacto.

Durante a carreira, Beth e Betinha acumulam mais de 200 músicas entre composições e versões, além de diversas participações em trabalhos de outros artistas.

Apesar do sucesso e marco na música regional e nacional, no começo dos anos 2000, as propostas de trabalho começaram a diminuir, o que acabou resultando no afastamento das irmãs dos palcos.

Beth e Betinha. (Reprodução)

Castelo

O cantor António Rodrigues de Queiroz, mais conhecido como Castelo, foi um dos precursores do chamamé do país.

Natural de Três Lagoas, o cantor começou sua carreira em 1960. Na década de 70, o músico fundou o Trio Serenata, formado por Queiróz (Castelo), o saudoso Alex e Cidinho Castelo. Já nos anos 80, fundou o grupo “Os Filhos do Pantanal”, marcado por grandes sucessos como “Terra Tombada” do saudoso (José Fortuna) e Me Pisa Morena (Castelo, Alex).

Em seguida, na década de 90, juntamente com Mansão, gravou o 13º vinil e CD, intitulado “Garça Branca”, incluindo sucessos como “Tardes Morenas de Mato Grosso” do saudoso (Goiá), Cidade de Lona (Goiá, Castelo) e Mi Vida Comprende de (Ernesto Ferreira).

Também da década de 90 fundou o Grupo Pantanal, composto por Castelo, Mansão, Joãozinho, Aldo e Germano. Neste CD, estiveram presentes clássicos do chamamé correntino como La Bailanta, El Forasteiro, Coisas do Poeira, Adaptação do Chamamé correntino Amélia(Transito Cocomarola) e o grande sucesso: Depois que a Rosa Mudou (Serrinha)

Na década de 2000, Fundou o Grupo Carandá e gravou o Cd que tem o título de “… Num Baile de Chamamé”, neste cd foram incluídos vários clássicos do chamamé correntino como: Paysano Y Campero, Tito Bombland e Voltarei em Teus Braços (Emiliano Cardozo).

Até seus últimos dias, Castelo seguiu contribuindo com a música sul-mato-grossense. Nos últimos anos, lançou importantes discos como “Castelo, 44 anos de estrada” e “Castelo Chamamés e Guarânias”.

Castelo faleceu aos 72 anos, em 10 de Julho de 2023, em Campo Grande.

Cantor Castelo foi um dos chamamézeiros mais tradicionais de MS – (Fotos: Reprodução/Divulgação)

Dino Rocha

Dino Rocha era filho de uma mãe alemã e um pai paraguaio. Aos 8 anos se profissionalizou sanfoneiro e em 1971 se mudou para Campo Grande, que na época ainda pertencia ao Mato Grosso. Aos 16 anos, o músico se apresentou com seu primeiro grupo, “Los 5 Nativos”, em Ponta Porã.

Dino Rocha também foi responsável pela autoria de mais de 50 composições, a maioria de chamamé. Dentre as canções, está “Gaivota Pantaneira”, que tocou na telenovela Pantanal, da qual participou de alguns capítulos, ao lado de Almir Sater.

Em 1991, foi vencedor do prêmio “Jacaré de prata”, que o alçou ao posto de melhor instrumentista do Brasil naquele ano.

Dino Rocha morreu aos 68 anos, no dia 18 de Fevereiro de 2019, após ficar entubado na UTI com complicações no quadro de diabete.

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