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Remédios de diabetes e hipertensão somem da rede pública na Capital

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Havia desabastecimento também de medicamento para convulsão até semana passada

 

A falta de alguns medicamentos básicos segue nos postos de saúde de Campo Grande. Até a semana retrasada, não havia um que previne convulsões. Nesta semana, não há outros dois para controle de diabetes e hipertensão arterial.

Falta o Valproato de Sódio (convulsão), Metformina (diabetes) e o Losartana (hipertensão). Os dois últimos não foram encontrados até esta quinta-feira (17) por leitor que pediu para não ter nome identificado, mas relatou o problema pelo Direto das Ruas apontando o desabastecimento. A procura para os familiares deles foi feita na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Coronel Antonino, que fica na região da saída para Cuiabá.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) admitiu que os dois fármacos para diabéticos e hipertensos estão em falta e informou em nota que “estão em fase final de aquisição, aguardando apenas a assinatura da nota de empenho para que o fornecedor realize a entrega”.

Enquanto não há reposição, a secretaria orientou a procurar estabelecimento com adesão ao programa Farmácia Popular para conseguir o Metformina e o Losartana gratuitamente. “Com a receita médica em mãos, o paciente que necessita dessas medicações podem buscar uma farmácia que faça parte do programa e fazer a retirada do medicamento sem custos”.

Quanto ao remédio contra convulsão, em 10 de agosto, a Sesau afirmou que a reposição dependia de assinatura de nota e posterior entrega, assim como é o caso dos outros dois faltantes.

Espera por data – O leitor também reclama de estarem muito distantes as datas disponíveis para consulta com dentista e clínico geral na mesma UBS que procurou os remédios. “Dentista só em outubro e clínico só em setembro”, disse. Ele ainda questiona a consulta com ginecologista estar disponível somente para gestantes.

A demora para consultas agendadas e a falta de medicamentos no SUS (Sistema Único de Saúde) o fez sair insatisfeito da unidade de Campo Grande. “Como é demorado conseguir passar pelo médico. [Por isso,] muita gente está se automedicando”, diz ele.

Como usuário do sistema, ele relata ter percebido piora no serviço após a pandemia e aumento do número de pessoas com doenças crônicas. Dados de 2021, os mais recentes da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por inquérito Telefônico), ligado ao Ministério da Saúde, confirmam isso.

Questionada sobre possível aumento do número de pacientes hipertensos e diabéticos na Capital, após a pandemia, ter relação com a falta dessa classe de medicamentos, a Sesau não respondeu.

Motivos – Em julho deste ano, a secretária adjunta da Sesau, Rosana Leite, explicou que o reajuste nos valores dos medicamentos no mercado e entraves no processo de aquisição relacionados a isso são os principais motivos para fármacos não estarem disponíveis na Capital.

“Houve um reajuste de preços sentido em todo o Brasil. Todos os medicamentos subiram e um dos empecilhos que encontramos foi que os fornecedores não queriam concorrer enquanto não houvesse reajuste dos preços na nossa tabela”, justificou Rosana, à época. Outros problemas de ordem burocrática estão envolvidos e foram citados, aqui.

Até 7 de julho, eram 29 os que faltavam na rede pública municipal num total de 257 medicamentos. Os dados são da própria Sesau.

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