Além da indenização também foi pedido pensão vitalícia de R$ 5.444
Após a morte de Michelli Alves Custódio, de 36 anos, no dia 13 de outubro de 2022, em frente a sua casa, na Avenida Fábio Zahran, em Campo Grande, a mãe da vítima entrou na Justiça com pedido de indenização e pensão vitalícia contra Charles de Góes Júnior.
O pedido de indenização é de R$ 660 mil que deve ser solidário entre Charles Góes e a empresa de locação de veículos, que alugou o Renault Sandero ao autor. Além do pedido de indenização também foi requerido uma pensão vitalícia no valor de R$ 5.444 até que o filho de Michelli complete 25 anos.
A pensão também foi requerida de forma solidária entres as partes, Charles Góes e a locadora de veículos. O pedido foi feito no dia 14 de maio deste ano, e no dia 26 de julho aconteceu uma audiência de conciliação em que não houve acordo entre as partes, sendo designada para outra data uma nova audiência.
No pedido é alegado as despesas com o filho de Michelli, que dependia financeiramente da mãe. A criança, segundo a avó, desenvolveu ansiedade, tristeza profunda, teve perda do rendimento escolar e por isso, agora necessita de medicação controlada e acompanhamento psicológico.
Tanto a indenização como a pensão seriam para custear alimentação, saúde, medicação, transporte e educação da criança. Em julho deste ano, o juiz Aluízio Pereira dos Santos determinou que Charles de Góes Júnior vá a júri popular pela morte de Michelli. A defesa pediu pela impronúncia do acusado do crime, mas a Justiça negou.
“Inferem-se dos autos indícios de que, em tese, teria conduzido o veículo automotor sob efeito de álcool e invadido a calçada, colocando, teoricamente, em risco número indeterminado de pessoas, como se vê dos depoimentos das vítimas sobreviventes e das testemunhas Joilce e Simoni. Portanto, esse dado fático deve ser avaliado pelos Jurados”, diz o juiz determinando o julgamento de Charles.
O acidente
O atropelamento ocorreu por volta das 1h40 do dia 13 de outubro de 2022, na Avenida Fábio Zahran, em Campo Grande. Michelli estava na calçada quando o carro a atropelou. Uma testemunha, de 32 anos, que presenciou o acidente, acabou arrastado pelo carro até a outra esquina da vida, por tentar conter o motorista.
Michelli havia acabado de chegar de viagem a Corumbá, e tinha guardado o carro na garagem, saindo de sua casa para atender uma mulher. As duas conversavam quando o carro surgiu desgovernado, invadindo a calçada e atropelando a vítima.
O corpo de Michelli foi arrastado por alguns metros e rastros de sangue foram encontrados pela perícia no local, além dos chinelos. Um morador, Celeido Duceu, de 62 anos, contou à época ao Jornal Midiamax que os filhos de Michelli correram até sua casa dizendo que a mãe havia sofrido um acidente.
O motorista só parou após bater no meio-fio e um dos pneus estourar. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas Michelli morreu no local. A testemunha, que estava com a vítima e também foi atingida, chegou a ser socorrida inconsciente, mas conseguiu prestar depoimento ainda na Santa Casa à Polícia Civil.
O motorista disse, em depoimento, que havia bebido por mais de nove horas seguidas, mas que não lembrava de ter atingido alguém no momento do acidente.