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Ex-namorada de jogador morto fica na cadeia e MP pede prisão de mãe e padrasto

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Justiça ainda avalia pedido de prisão dos outros dois, que teriam ajudado Rubia Joice a ocultar provas

O juiz Mateus da Silva Camelier, substituto na Vara Única de Sete Quedas, decidiu manter presa a ex-namorada acusada de atrair o jogador Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, para a morte. Rubia Joice de Oliver Luivisetto, de 21 anos, teve a prisão temporária convertida em preventiva (por tempo indeterminado) na noite desta terça-feira (1º), horas antes de expirar o prazo de reclusão dado anteriormente (30 dias).

Na mesma decisão, o magistrado também converteu a ordem de prisão temporária expedida para Danilo Alves Vieira da Silva, 19, o acusado de assassinato que está foragido. A Justiça ainda vai avaliar pedido de prisão feito contra a mãe da acusada, Noemi de Matos Oliver, 40, e do padrasto dela, Patrick Eduardo do Nascimento, 32, que teriam ajudado a ocultar provas do crime.

A decisão atende a pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) que argumentou a necessidade de manter Rubia e Danilo na cadeia enquanto forem necessárias investigações e no desenrolar do processo – manutenção da ordem pública, asseguração da instrução criminal e aplicação da lei penal. O MP sustentou que o inquérito policial demostrou que Rubia e Danilo premeditaram o assassinato.

O magistrado entendeu que a conduta dos acusados foi “concretamente grave” e por isso, “vulnera a ordem pública”. “Os representados Rúbia e Danilo, ora denunciados, teriam agido friamente ao, em tese, matarem a vítima Hugo Vinicius Skulny Pedrosa. Conforme as diligências realizadas pela autoridade policial, Rúbia teria atraído a vítima para sua residência, sendo que lá, por circunstâncias ainda não muito esclarecidas, teria agido em conjunto com Danilo e matado Hugo. Depois, novamente, os dois teriam atuado para cobrir as evidências do crime, limpando a cena do crime e transportado o corpo da vítima para uma propriedade rural, com o intuito de que este pudesse ser levado pelo rio”.

Na decisão que o Campo Grande News teve acesso, que a intenção de matar e premeditação ficaram mais evidentes ainda quando, após a notícia do desaparecimento do jogador de futebol, “enquanto toda a população sete-quedense se empenhava em busca de informações sobre o paradeiro de Hugo”, Rubia mentiu para a Polícia Civil em depoimento.

A preocupação com a aplicação da lei também foi registrada pelo juiz, já que se solta, Rubia tem condições de fugir e Danilo sequer se apresentou para dar sua versão às autoridades. “No caso concreto, a circunstância está presente em relação a ambos os representados, pois Danilo está foragido desde o fato, enquanto Rúbia tem familiares residentes no Paraguai (seus pais, também denunciados), inclusive, tendo ela se deslocado para o exterior logo após o crime, o que evidencia a probabilidade de se evadir do distrito da culpa”.

Durante reprodução de uma das versões para o crime, policiais simulam momento que corpo é colocado na carroceria de caminhonete (Foto: PCMS/Divulgação)
Durante reprodução de uma das versões para o crime, policiais simulam momento que corpo é colocado na carroceria de caminhonete (Foto: PCMS/Divulgação)

A acusação – De acordo com o que foi divulgado da investigação até agora, Hugo saiu de uma festa em posto de combustíveis em Pindoty Porã, cidade paraguaia que faz fronteira com Sete Quedas, na madrugada do dia 25 de junho. Ele foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e, desde então, não foi mais visto. A família então procurou a polícia e registrou um boletim de desaparecimento.

Em reconstituição, policiais simulam momento que corpo é jogado no Rio Ivinhema (Foto: PCMS/Divulgação)

Uma denúncia anônima levou as buscas pelo jogador ao Rio Iguatemi. O Corpo de Bombeiros trabalhou intensamente, sem sucesso nos três primeiros dias, mas, então, a polícia chegou até “Maninho” – amigo de Rubia, que confessou ter ajudado na ocultação do cadáver. Ele apontou onde o corpo do jogador foi desovado, um ponto do rio que passa por dentro da propriedade rural da família de Danilo.

No dia 2 de julho, bombeiros passaram a localizar partes do corpo da vítima. Foi então que a polícia percebeu a premeditação do crime: os envolvidos haviam cortado a vítima em pequenos pedaços.

Versão – Rubia narrou que na noite do dia 24 de junho, um sábado, foi para a festa no posto de combustíveis e saiu de lá quase de manhã. Diz que passou a noite na mesma mesa de Danilo e quando estava de saída, o rapaz pediu que ela fosse até a casa dele buscá-lo para que os dois passassem a noite juntos. Já estava quase amanhecendo quando ela decidiu deixar o local e foi até Danilo.

Na casa dela, além do “ficante”, também estava Maninho. Em determinado momento, narrou a jovem, Hugo teria invadido a residência e entrado no quarto a chamando de vagabunda. Ela se levantou e tentou empurrá-lo para fora do imóvel, quando de repente, pelas suas costas, Danilo atirou contra Hugo.

Ela diz que Danilo mandou que todo mundo ficasse quieto ou todos morreriam e que, então, ele e o amigo colocaram o corpo no carro dela para se livrarem dele. Disse que não sabia o que havia sido feito do cadáver, muito menos do esquartejamento.

A moça afirmou ainda que não atraiu o ex-namorado para sua casa e que o fato de ele ter aparecido lá, se encontrando com Danilo armado, foi coincidência.

Outro lado – Advogados de Rubia aguardavam o julgamento de habeas corpus, marcado para a próxima semana na 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mas informa que, diante da nova decisão, tomará outras providências. “A defesa tomou ciência da decisão que converteu a prisão temporária em preventiva. Informa que discorda da prisão e que adotará as medidas legais cabíveis para restituição da liberdade”, afirmou o advogado Alberi Rafael Dehn Ramos.

A defesa alega ainda que se não fosse a Rubia e seus familiares, a polícia não teria avançado na investigação do assassinato. “Ajudaram de forma decisiva na investigação, inclusive com identificação de lugares e pessoas. Compareceram espontaneamente para prestar depoimentos, o que revela a desnecessidade da prisão”, ressalta Dehn Ramos.

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