O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian está preparado para realizar cirurgias contra a incontinência urinária de esforço. Os residentes em urologia participaram de curso teórico-prático conduzido pelos médicos Marco Antônio Gonçalves, Juliano Rodrigues e João Juveniz no início do mês, conforme informações da assessoria da instituição.
A incontinência urinária de esforço é caracterizada pela perda de urina de forma involuntária, que ocorre durante manobras de esforço, como tossir, espirrar, levantar peso ou, até mesmo, mudança de posição (levantar-se da cama, por exemplo). A frequência aumenta com a idade, surgindo habitualmente em mulheres a partir dos 40 anos.
A condição, apesar de benigna, pode diminuir a qualidade de vida, autoestima e limitar as atividades cotidianas das pacientes com ovário, afetando o bem estar geral e levando até mesmo a um quadro de depressão. As pessoas ficam com receio constante que as perdas sejam notadas, seja visualmente ou até mesmo pelo cheiro da urina.
O curso foi realizado neste sábado (1º), em parceria com a Gerência de Ensino e Pesquisa, que forneceu as próteses (tela de Sling e mini-Sling). O tratamento consiste na introdução de uma fita de polipropileno (ou de tecido do próprio corpo da paciente) abaixo da uretra, por via vaginal, com o objetivo de aumentar a resistência uretral.
Apesar de minimamente invasivo, o procedimento só é realizado quando outros tratamentos não têm resultado. “Não há melhoras com medidas comportamentais, nem medicamentos e nem fisioterapia, é recomendado que se realiza a cirurgia”, explica o médico João Juveniz.
O procedimento cirúrgico em si demora basicamente uma hora e é feito com raquianestesia. A colocação do sling leva de 30 a 40 minutos para ser implantado.
“A recuperação é boa, o paciente pode ir de alta no mesmo dia. No entanto, essas pacientes, especificamente, foram embora no outro dia, pois era domingo e preferirmos dar alta na segunda-feira. E é possível realizar o procedimento somente com sedação. Porém, como foram os primeiros procedimentos desse tipo realizado no hospital, optamos pela raquianestesia para termos um pouco mais de segurança”, explica João.
O implante de sling sintético proporciona melhora da incontinência urinária em 70% a 90% das pacientes.