Diante do surto de febre maculosa em São Paulo e o receio da população de Mato Grosso do Sul, o médico PHD Julio Croda esclareceu que a doença infecciosa só é transmitida pelo carrapato-estrela, caso ele esteja infectado pela bactéria “Rickettsia”. Isso significa que não é necessário entrar em pânico sobre as capivaras espalhadas em parques do Estado, mas há de se ter cuidado.
Mato Grosso do Sul não tem casos de febre maculosa e após divulgado que as capivaras são portadoras do carrapato-estrela, muita gente ficou achando que todos os carrapatos-estrelas que estão nestes animais podem transmitir a doença, e não é bem assim.
É preciso entender que primeiro os carrapatos têm que estar infectados com a bactéria do gênero para serem transmissores.
O médico infectologista e doutor em patologia, Julio Croda afirma que a população de Campo Grande e Mato Grosso do Sul deve se tranquilizar em relação às capivaras. Ele cita que há alguns anos a UFMS em parceria com a Embrapa e outras instituições fizeram pesquisa sobre o índice da bactéria “Rickettsia” na região e teve números baixos.
“Tem uma tese de doutorado da UFMS muito interessante e que coletou esses carrapatos desses animais e viu que a frequência da bactéria é muito baixa no Estado”, disse ele ao MS1, mas que completou que é necessário monitoramento das capivaras.
“Mas a gente tem que continuar monitorando e investindo neste monitoramento que foi feito no passado pela UFMS. Assim a gente pode identificar se pelas mudanças climáticas essa bactéria pode se adaptar, ser introduzida, ou mesmo aumentar sua frequência nesses carrapatos. Porque isso acende um alerta que a doença pode voltar a acontecer aqui.
Ultimo caso de febre maculosa em MS ocorreu em Sidrolândia em 2018 e a pessoa veio a óbito.
“A nossa sorte é que a gente não tem muita bactéria infectando esses carrapatos aqui”, completa.